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  • Governo anula leilão para compra de importação de arroz após suspeitas de irregularidades


  • De acordo com Edegar Pretto, da Conab, será realizado um novo leilão com a finalidade de contratar empresas 'com capacidade técnica e financeira'. A decisão de importar arroz surgiu após enchentes no RS.

Edegar Pretto, presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgou nesta terça-feira (11) a anulação do leilão do governo que seria realizado para compra de arroz importado. 

De acordo com Edegar Pretto, um novo procedimento, "mais ajustado", será realizado.

Essa medida foi tomada após suspeitas de irregularidades para a compra de 263 mil toneladas de arroz.

"Pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos, para que a gente possa ter as garantias de que vamos contratar empresas que tenham capacidade técnica e financeira [...]. A decisão é anular este leilão e proceder um novo mais ajustado, vendo todos os mecanismos possíveis para a gente contratar empresas com capacidade de entregar arroz com qualidade, a preço barato para os consumidores", declarou Pretto no Palácio do Planalto.

De acordo com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, o presidente Lula decidiu anular e convocar um novo leilão.

Ele, Pretto e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, estiveram presentes na reunião juntamente com Lula antes da divulgação da suspensão.

Durante o leilão que foi realizado na semana passada, o preço médio de cada saco de arroz de 5 quilos atingido foi de aproximadamente R$ 25. 

De acordo com o portal Globo Rural, algumas empresas de cereais sem histórico de atuação no mercado arremataram lotes durante o certame.

Após as enchentes no Rio Grande do Sul o governo decidiu importar arroz.

Isso porque o estado é responsável por 70% da produção nacional do grão, mas já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o governo resolveu comprar arroz para evitar alta de preços por conta da dificuldade que o estado passava para transportar o grão para o restante do país.

Fragilidades das empresas 

De acordo com Teixeira e Fávaro, o governo percebeu que a maior parte das empresas participantes do leilão tinha "fragilidades" para operar um volume tão grande de arroz e de dinheiro. 

Fávaro destacou que não houve pagamento pelo produto do leilão anulado.

"Ninguém vai pagar sem que o arroz esteja aqui, entregue", disse o ministro da Agricultura, que prometeu "régua mais alta" no próximo leilão.

A Controladoria-Geral da União (CGU), da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Receita Federal irá auxiliar na elaboração do edital para o novo leilão.

Antes do pregão o governo irá avaliar se as empresas habilitadas possuem condições técnicas e financeiras para executar os contratos. 

Os ministros divulgaram que somente após o pregão do leilão anulado é que o governo soube das informações das empresas.

"Não podemos ficar sabendo depois do leilão quem que se habilitou e quem que ganhou", disse Fávaro.

A inexperiência das empresas vencedoras chamou atenção no mercado, segundo o Globo Rural.